Mindfulness, por Jon Kabat-Zinn

Jon Kabat-Zinn

Abaixo estão algumas compreensões sobre Mindfulness apresentadas por Jon Kabat-Zinn em sua obra Viver a Catástrofe Total.

“[Mindfulness é] acessar algo muito especial dentro de nós, a nossa capacidade de acolher a realidade das coisas de modo curativo e transformador, muitas vezes quando isso parece totalmente impossível em face da catástrofe total da condição humana.”

“[Mindfulness é] um convite para nos familiarizarmos mais com nosso corpo, mente, coração e vida, prestando atenção de modo mais sistemático, novo e amoroso – e assim descobrindo dimensões importantes de nossa própria vida que, por alguma razão, tenham sido ignoradas até agora.”

“O foco principal é a capacidade de assumir o controle de nossa vidas e suas circunstâncias, com imensa ternura e bondade, e de encontrar maneiras de honrar a plena dimensão das possibilidades de viver uma vida sã, satisfatória e significativa.”

“[Mindfulness é] viver uma vida mais saudável, integrada e satisfatória, mais feliz e mais sábia.”

“[Mindfulness é] o desejo de enfrentar e lidar de maneira mais eficaz e compassiva com nosso próprio sofrimento e o dos outros, com o estresse, a dor e as doenças – tudo aquilo que chamo aqui de catástrofe total da condição humana – e ser uma criatura totalmente integrada e emocionalmente inteligente, que já somos, mas com a qual às vezes perdemos contato, ou da qual nos afastamos.”

“[…] o cultivo de mindfulness como um ato radical – um ato radical de sanidade, de autocompaixão e, em última instância, de amor. […] isso implica a vontade de visitar a nós mesmos, de viver mais no momento presente, de parar, por vezes, e de simplesmente ser em vez de ficarmos presos num fazer interminável enquanto esquecemos quem é o agente e por que agimos.”

“Mindfulness tem a ver com não confundir nossos pensamentos com a verdade das coisas, e não cair na armadilha das tempestades emocionais, que na maior parte das vezes apenas aumentam a dor e o sofrimento, próprio e alheio.”

“Mindfulness é perceber os momentos em que a mente está distraída e logo, com muita gentileza e do melhor modo possível, redirecionar nossa atenção e reconectá-la com o que é mais importante para nós neste momento, no aqui e agora, à medida que nossa vida se manifesta.”

“Mindfulness é uma habilidade que, como qualquer outra, pode ser desenvolvida com a prática. Pense nela como se fosse um músculo. O músculo de mindfulness se fortalece e fica mais maleável e flexível à medida que o usamos. E assim como um músculo, ele se desenvolve mais quando encontrar alguma resistência, o que contribui para o seu fortalecimento.”

“[…] intimidade consigo mesmo. É essa, em suma, a essência de mindfulness e de seu cultivo”

“O cultivo de mindfulness requer que prestemos atenção e habitemos o momento presente, fazendo bom uso daquilo que vemos, sentimos, conhecemos e aprendemos ao longo do processo.”

“Mindfulness é a consciência que surge ao prestar atenção intencionalmente no momento presente, sem julgamento”.

“Minfulness é uma forma de conhecimento que, estando além do nível conceitual, assemelha-se mais à sabedoria e oferece a liberdade que esta proporciona.”

“A prática de mindfulness consiste em encontrar, reconhecer e fazer uso do que já está bom em nós, do que já é bonito, do que já é inteiro em virtude de nossa condição humana – e tirar proveito disso para viver a vida como se a nossa maneira de nos posicionarmos em relação ao que surge, seja lá o que for, realmente fizesse a diferença.”

“Mindfulness diz respeito essencialmente a relacionalidade – em outras palavras, como nos colocamos em relação a tudo, incluindo nossa própria mente e corpo, pensamentos e emoções, nosso passado e o que ocorreupara que chegássemos, ainda respirando, a este momento – e como podemos aprender a viver e entrar em todos sos aspectos da vida com integridade, bondade (em relação a nós mesmos e aos outros) e sabedoria.”

“Mindfulness é relevante como um contrapeso eficaz e confiável para fortalecer a saúde e o bem-estar, e talvez até nossa sanidade.”

“Mindfulness não é apenas uma boa ideia ou uma bela filosofia. Para que tenha algum valor real, precisa ser incorporado em nossa vida diária, em qualquer dose que possamos administrar, sem forçar ou sobrecarregar – em outras palavras, com um toque leve e suave, preservando assim a autoaceitação, a gentileza e a autocompaixão.”

Fonte:

Livro: Viver a catástrofe total
Autor: Jon Kabat-Zinn
Editora: Palas Athena
Ano: 2017
700 páginas

Flávio Hastenreiter
flaviohastenreiter@gmail.com