Técnicas de ‘atenção plena’ são alternativa contra excesso de estímulos

Sumário

Uma estratégia para lidar com o excesso de demandas e estímulos é dar atenção total a uma atividade por vez. Chamada de “mindfulness” (“atenção plena”, em tradução livre), a técnica usa as experiências do budismo, como meditação e respiração, para fazer o aluno aprender a focar uma tarefa por vez. Os programas duram em geral oito semanas.

A neurocientista Elisa Kozasa, do Hospital Israelita Albert Einstein, considera o método benéfico. “Essas práticas tradicionais desenvolvem o foco e economizam a energia mental que seria usada ‘ruminando’ assuntos cotidianos.”

A psicóloga Marilda Lipp, que estuda o estresse e atende executivos, afirma que parte dos profissionais vê a desaceleração como negativa. “Eles atribuem o sucesso à rapidez, isso cria uma tensão física que impede a criatividade. É preciso se permitir algumas horas do dia sem fazer nada, para deixar que as ideias despontem nesse espaço vazio”.

O “mindfulness” foi a forma que o economista Cláudio Santos, 45, encontrou para sair do piloto automático. Ele foi levado por amigos a um curso do tipo. “Meditação para mim era coisa de hippie”, afirma. Hoje, aplica os conhecimentos uma vez por dia.

“Consegui ter mais calma e consciência para tomar decisões estratégicas”, afirma.

O médico Marcelo Demarzo, coordenador do centro de “mindfulness” da Unifesp, diz que muita gente desiste ao perceber que a técnica exige introspecção. Ele sugere buscar informações sobre a capacitação do instrutor antes de fazer matrícula em cursos como esses.