4 tipos de pessoas raivosas

Sumário

De acordo com o psicólogo Thomas Harbin, existem quatro tipos de pessoas raivosas, como segue.

O que suporta tudo

É a pessoa que passa por humilhações e injustiças enormes e não toma nenhuma atitude, que sempre encontra desculpas para o comportamento de quem a agride, seja ele o chefe, o cônjuge, o filho ou o amigo. Engole o desaforo, a vergonha, a frustração e a raiva, e tem dores de estômago cada vez maiores, tensão muscular quando é ofendida e insônia. Quando pessoas ao seu redor, que presenciaram o episódio, mostram empatia, isso a faz se sentir pior ainda, pois sente-se mais humilhada do que nunca e deseja que ninguém tivesse presenciado o que ocorreu. Acha que um homem de verdade teria reagido, acha-se um covarde. Fica lembrando do que ocorreu várias vezes e sente que “deveria” ter agido diferentemente. Mas, da próxima vez, age do mesmo jeito, porque não aprendeu a lidar com a raiva justa de modo construtivo.

O reclamador

É aquele que reclama de tudo e de todos, o tempo todo. Tudo sai errado em sua vida e ele não assume a responsabilidade de tomar a direção dos eventos e resolver os problemas. É sempre culpa dos outros. Ele reclama e choraminga sobre tudo ao seu redor, é o chefe que é injusto, é o procedimento no trabalho que é falho, é a namorada que é ruim, é o tempo que está frio, é o serviço no restaurante que não presta etc. O clima ao seu redor fica tenso e pesado, negativo, as pessoas se deprimem e se afastam. Em geral, pessoas assim estão tentando que as outras façam as coisas que competiria a elas fazer, querem também que alguém reforce sua autoestima. Ele choraminga para que os outros o ajudem e confortem. Sente-se desamparado. Não tenta enfrentar o que está errado em sua vida, a fim de consertar o problema, não tem mão ativa em sua própria vida. Sua passividade o impede de assumir a liderança de sua vida e sua reclamação constante serve para alimentar a sensação de que a vida é injusta.

O debatedor

Em geral, é uma pessoa divertida, que conta piadas, que quer ser o centro das atenções e que não permite que discordem dela, de modo algum. É o dono da verdade. Não respeita os direitos dos outros nem as opiniões contrárias às suas. Contesta as ideias dos outros como uma maneira de evitar que as outras pessoas descubram seus sentimentos. No fundo, ele não se sente tão inteligente quanto quer aparecer. Controlar a conversa é uma maneira de não deixar as outras pessoas falarem sobre assuntos que ele talvez saiba menos ou que possam humilhá-lo. A raiva está por trás de seu comportamento debatedor.

O agressor

É o pior de todos os casos de pessoas raivosas, pois é aquele que utiliza a violência física quando perde o controle. Xinga, humilha e finalmente agride, sem ou com pouca provocação. A tendência desse tipo é brigar a agredir quando se sente frustrado. Quando se frustra, tem dor, está com ciúmes ou se sente humilhado, tem vontade de bater em alguém. Aprendeu que a violência o leva a ganhar as discórdias, amedronta os outros, e isso lhe dá uma sensação de superioridade, mesmo que passageira. Para muitas pessoas assim, a tendência a agredir quando algo sai errado resulta em um vínculo automático, cada vez mais forte, entre as emoções desagradáveis e de ansiedade e a violência física. Por trás de toda essa violência existe uma tentativa absurda de esconder o medo e a necessidade muito profunda de ser cuidado, que amedronta a pessoa, que deseja parecer sempre forte e em controle de tudo, porque não aprendeu a lidar com esses sentimentos. Essa inabilidade de lidar com esses sentimentos gera mais raiva ainda.

Fonte: Lipp, MEN; Malagris, LEN (2010). O treino cognitivo do controle da raiva. Rio de Janeiro: Cognitiva.