Quando os relacionamentos acabam…

Robert L. Leahy

Quando os relacionamentos acabam, há uma tendência de se depositar toda a culpa em uma pessoa. Isto pode fazer as pessoas temerem ser consideradas culpadas pelos outros – ou como os outros vão vê-las como fracassos ou considerá-las patéticas. Após tratar de centenas de pacientes durante muito tempo, não me lembro de um único caso em que o relacionamento tivesse terminado porque a pessoa fosse imperfeita, indigna de amor, feia ou inferior. Os relacionamentos terminam geralmente porque as pessoas não os consideram gratificantes e porque os custos tornam-se muito elevados.

Considere a lógica da afirmação “Ele me deixou porque não sou digna de amor”. Em primeiro lugar, ele deve ter se envolvido por achá-la digna de amor (atraente, interessante, que valia a pena, etc.). Segundo, ser “digno de amor” reside geralmente nos olhos (encantados) do contemplador: o que é encantador para você pode não ser para outra pessoa. E, terceiro, não é algo relacionado à pessoa, mas sim ao comportamento da pessoa – existem comportamentos encantadores. Esses comportamentos incluem agir gentilmente, ouvir com cordialidade e compreensão, recompensar o parceiro, demonstrar generosidade e aceitar a pessoa com as suas falhas. Esses são comportamentos nos quais quase todos podem se engajar, se assim decidirem. Não existem pessoas indignas de amor, existem apenas comportamentos dos quais não se gosta.

Fonte: Robert L. Leahy, 2007.

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Flávio Hastenreiter
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